Aula Magna do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada - com Silvio Meira - 22/04/2010

De Wiki DAINF

Tabela de conteúdo

Informações

Repercussão

Transcrição

Transcrição da palestra do prof. Silvio Meira na Aula Magna do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada - 22/04/2010


Vídeos

Fotos

Comentários de usuários do Twitter durante e depois da palestra

Atenção: os tuítes mais antigos estão no final da seção.

  • dsalomaod Acabei de chegar da aula magna do Mestrado em Computação Aplicada da UTFPR e nada mais do que justo @srlm como palestrante #ppgca
  • amanda_mlins Precisamos mudar nossa visão e prática da tecnologia.#urgente #ppgca
  • amanda_mlins Palestra interessante e divertida, quem não foi perdeu. #ppgca
  • makin_mdc... enfim, excelente e empolgante aula magna assistida nesta quinta feira. Valeu a pena assisti-la integralmente. #ppgca
  • makin_mdc Encerrando-se as perguntas e a aula magna... Terminando a bateria do netbook e parando de twittar por causa da bateria... #ppgca
  • makin_mdc Pergunta: grau de satisfação dos mestrandos com o professor ? #ppgca
  • makin_mdc Funções mentais superiores: identificar e resolver problemas. Sem isso, estarão todos desempregados #ppgca
  • makin_mdc Pergunta: Inovações tecnológicas geram mais desempregos? Resposta: provavelmente não... Há n argumentos para refutar a pergunta #ppgca
  • makin_mdc Pergunta: Por que temos que complicar as coisas para depois nos libertamos? #ppgca
  • makin_mdc Encerrada a apresentação. 15 minutos de debate a partir de agora #ppgca
  • amanda_mlins #verdade "A tecnologia libera e liberta o ser humano a pensar" #ppgca
  • lucassalomao A verdadeira intenção da tecnologia depende somente da humanidade por trás da mesma. #ppgcaa while ago via dabr
  • makin_mdc Os civilizados sabem não só a pergunta, mas se não souberem sabem onde e como descobrir qual a pergunta #ppgca
  • HonDriX #ppgca O mais importante de uma pós não é o trabalho e sim aprender a aprender diz Meira
  • makin_mdc O mais difícil é descobrir qual a pergunta, pois com ela fica mais fácil adquirir a resposta. #ppgca
  • makin_mdc "O mais importante em uma pósgraduação é aprender a aprender" Silvio Meira #ppgca
  • makin_mdc Tecnologia na direção de liberar, libertar os humanos. Fazê-los pensar. Criações de alta Ordem #ppgca
  • HonDriX #ppgca Tecnologia não tem ética,moral e filosofia segundo Meira
  • makin_mdc Tecnologia por tecnologia não tem ética, nem moral... #ppgca
  • makin_mdc 2025 ninguém trabalhando em call-center? Será mesmo ? #ppgca
  • makin_mdc Tendência de informatizar ônibus, call-centers, etc. #ppgca
  • amanda_mlins Preocupações com a falta de pessoal em comp no Brasil do futuro #ppgca
  • HonDriX Em 2013 faltarão 130 mil pessoas na nossa área segundo pesquisa #ppgca
  • makin_mdc A humanidade é de técnica. "... Nós somos a ténica... e pra isso temos a Universidade Tecnologia..." #ppgca
  • HonDriX #ppgca É impossível ir para casa sem se encontrar com tecnologia
  • makin_mdc O mundo é todo de informática e tecnologia. #ppgca
  • amanda_mlins Tecnologia sem cliente é pior do que ciência ruim, diz Meira #ppgca
  • HonDriX #ppgca "Resolver problemas reais é muito mais difícil que resolver problemas ficticios com casos ficticios" Silvio Meira
  • amanda_mlins Palestrante diz que enfoque deve estar em procurar problema, sem medo #ppgca
  • amanda_mlins "Ciência busca a verdade, tecnologia é o dominio das possibilidades." #ppgca
  • makin_mdc Diferença entre ciência e tecnologia #ppgca
  • amanda_mlins Explicações sobre diferenças entre tecnologia e ciência. #ppgca
  • makin_mdc Possibilidade implica em riscos. #ppgca
  • HonDriX #ppgca "Isto é tecnologia , você sabe o que é mas não como funciona" Silvio Meira
  • makin_mdc #ppgca "Tecnologia é o domínio da possiblidade"
  • lucassalomao "A história é a consumação do futuro." #ppgca
  • amanda_mlins "A História nos dá apenas o direito de errar" #ppgca
  • amanda_mlins Prof Meira começa palestra elogiando Utfpr e falando sobre olhar para futuro como peça importante numa universidade. #ppgca
  • makin_mdc #ppgca "A história diz que temos crédito para errar" Silvio Meira
  • makin_mdc #ppgca "O futuro vem do futuro" Silvio Meira
  • makin_mdc #ppgca Prof. Dr. Silvio Meira inicia sua apresentação.
  • makin_mdc #ppgca Professor Dr. Silvio Meira. Autor de mais de 200 artigos. Já supervisionou mais de 90 teses de mestrado e doutorado.
  • amanda_mlins Professores e administradores da UTFPR falam com orgulho do desenvolvimento na area de comp na universidade. #ppgca
  • makin_mdc Silvio Meira #ppgca . Política de desenvolvimento e inovação. Pessoa mais indicada para dar a aula magna, segundo Prof. Celso
  • HonDriX aula magna vai começar #ppgca
  • makin_mdc Professor Celso Kaestner iniciando com a palavra de introdução #ppgca .

Resumos da palestra

Por André Luiz Cirino dos Santos

Tema: “O mestrado profissional no contexto do desenvolvimento tecnológico e inovação”.

Prof: Silvio Meira (professor do Centro de Informática da UFPE, cientista-chefe do C.E.S.A.R, presidente do conselho de administração do Porto Digital, colunista do Terra Magazine, comentarista da CBN e consultor de políticas e estratégias de informação, informática e inovação.)

Segundo o prof Silvio Meire, o passado nos dá a possibilidade de ver onde e como erramos e, assim, evitar cometer os mesmos erros. E não a falsa idéia de que ainda somos os mesmos do passado, pois se não continuarmos com o mesmo pique, por exemplo, não adianta em nada ter uma história rica em conteúdo, pois não é a nossa realidade presente. Entretanto, o palestrante sugere o interesse no futuro, tendo em mente um planejamento com metas e objetivos para ele.

Explicado seu ponto de vista sobre o passado, o presente e o futuro, Silvio começa a falar sobre as 3 culturas no mundo, tendo como base as virtualizações Lévyanas. São elas: a cultura da ciência, cujo objetivo é a busca da verdade; a técnica ou tecnologia, que tem como alicerce a busca às possibilidades; e a cultura, as artes e humanidades, as quais são norteadas pela estética.

Logo após levantar esses temas, Meira dividiu com a platéia sua visão sobre a ciência e a tecnologia, falando que a ciência é movida pela busca do conhecimento, enquanto a tecnologia foca no domínio das possibilidades e das responsabilidades, as quais estão intrinsecamente ligadas. Além disso, explicou que, ao seu ver, a direção da tecnologia aponta para a libertação da humanidade para pensar.

Silvio comentou sobre o mestrado profissional, cujo diferencial é o foco em “como resolver problemas efetivamente na sociedade” dando exemplos de sua experiência no C.E.S.A.R.

Por Kelvin Elton Nogueira da Silva

No dia 22 de abril de 2010 aconteceu a aula magna (inaugural) do Mestrado Profissional em Computação Aplicada da UTFPR. A aula, com o título “O mestrado profissional no contexto do desenvolvimento tecnológico e inovação”, foi ministrada pelo prof. Dr. Silvio Meira (UFPE) e foi aberta ao público.

Silvio Meira começou a aula elogiando a UTFPR por ter aceitado mais um desafio, o mestrado profissional, uma vez que existem poucos mestrados com o mesmo foco no Brasil. Então, ele mostrou a diferença entre tecnologia e ciência. Segundo Meira, a tecnologia é tudo aquilo que é feito na medida do possível, “se é possível fazer, então nós faremos”. Já a ciência seria a prova do funcionamento dessa tecnologia. Como um paralelo, ele citou o uso do ácido acetil salicílico (AAS), usado para combater dores de cabeça desde o séc. V a.C. Não se sabia por que ele era eficaz, mas já que era eficaz, era usado; as diferentes formas desse uso seria a tecnologia. Porém, o mecanismo de funcionamento do AAS foi descoberto só na segunda metade do séc. XX; isso seria a ciência.

Desse modo, Meira criticou vários pesquisadores e a si mesmo por realizarem muita produção científica inviável de serem postas em prática. Ele sugere que na criação de trabalho acadêmicos, não se utilize um “cliente imaginário” com “problemas imaginários”, pois a chance de se produzir algo com pouca utilidade prática imediata é alta. É nesse contexto que entra o mestrado profissional, ele foi feito como uma ponte entre os acadêmicos e a indústria, o comércio, etc.

Outro ponto interessante que o professor ressaltou foi do valor do conhecimento. Aqui, muitos pesquisadores não são valorizados – talvez até mesmo pelo caráter de suas pesquisas – porém, ele citou alguns exemplos de pesquisadores bem-sucedidos financeiramente. Silvio Meira também demonstrou sempre um grande otimismo quanto ao futuro. No qual, segundo ele, devido ao grande desenvolvimento tecnológico, as pessoas precisarão trabalhar menos e apenas exercerão profissões que desejarem; haveria uma substituição de várias profissões por sistemas computadorizados e as pessoas teriam mais tempo para pensar.

Por fim, algumas perguntas foram feitas a Meira. Uma delas era porque precisamos evoluir tanto tecnologicamente para depois termos tempo livre? Não seria mais fácil simplesmente não trabalhar? Meira respondeu que devido ao nível de complexidade da sociedade atual, isso seria impossível, então a única opção é desenvolver uma técnica ainda mais avançada para chegar nessa sociedade desejada. Outra pergunta interessante foi se não haveria desemprego caso sistemas computadorizados fossem implantados em quase todas as áreas. Meira respondeu que não, pois as pessoas se ocupariam com outras atividades, principalmente intelectuais. Porém, do meu ponto de vista, essa é uma questão muito mais complexa, envolvendo todo o sistema capitalismo vigente e suas contradições e, para respondê-la mais adequadamente é necessário, no mínimo, o uso de comparações históricas e econômicas.

Por Guilherme Fujiyoshi

No dia 24 de abril de 2010, quinta-feira, foi apresentada uma palestra por Silvio Meira na aula magna do mestrado em computação aplicada na UTFPR. De acordo com o professor Celso Kastner, que iniciou a palestra com uma breve introdução, Silvio Meira era a pessoa mais indicada para palestrar na aula magna.

O Professor Dr. Silvio Meira é formado em engenharia pelo ITA , instituição das mais renomadas no Brasil, autor de mais de 200 artigos, já supervisionou mais de 100 teses de mestrado e doutorado. Pode-se até chegar a pensar que uma pessoa com um currículo incrível desses deveria ser chata, mas Silvio Meira está longe de ser uma pessoa assim. Ao contrário, ele é muito carismático e divertido, o que tornou a palestra muito mais interessante.

Silvio Meira começou a palestra elogiando a UTFPR, dizendo que não é qualquer universidade que consegue se manter viva por 100 anos. Para ele, uma faculdade durar muito tempo só acontece porque elas olharam para o futuro, podendo enfrentar as barreiras que encontrariam e tendo novas ideias.

Mas, para Silvio, a história de uma pessoa não implica em nada. O passado, no máximo, dá à pessoa créditos para errar. Após uma longa discussão sobre o que é o passado, presente e futuro, Silvio chega no assunto da tecnologia: o que é tecnologia? Para ele, tecnologia é o domínio da possibilidade. Mas possibilidade implica em riscos. Exemplos disso são recalls de carros. Ele também falou da diferença entre ciência e tecnologia. De acordo com ele, a ciência procura a verdade, enquanto a tecnologia possui o domínio das possibilidades.

Para Silvio, temos que olhar para o futuro. A tendência é de que praticamente tudo fique informatizado. Para ele, em 2025 ninguém mais trabalhará em call-centers. Será tudo comandado por sistemas com inteligência artificial. Isso dá a oportunidade das pessoas terem ideias, podendo evoluir ainda mais a tecnologia. Segundo pesquisa, em 2013 faltarão 130 mil pessoas na área de computação no Brasil, o que pode ser um atraso tecnológico para nós.

Após debater isso tudo e mais alguns tópicos que não foram citados, Silvio abriu espaço para a platéia fazer perguntas, encerrando a aula magna logo após.

Eu, particularmente, achei a palestra muito boa e interessante, além de achar o professor Silvio Meira um exemplo de vida.

Por Gustavo Candido de Almeida

O homem através da razão trava uma busca incessante pelo conhecimento catalogando o mundo natural à medida em que ele é revelado no intuito de melhorar a condição de vida humana.

Tal conhecimento pode ser divido em três vertentes, a primeira, a ciência que visa determinar o “por quê” e razão dos eventos, a segunda relaciona-se ao conhecimento abstrato, que não incide sobre a materialidade física, como as artes e a última relaciona-se ao conhecimento técnico-tecnológico que visará determinar as possibilidades de acontecimento de um evento sem se preocupar com suas causas, lidando apenas com o método embutido no processo.

É visto que o conhecimento técnico normalmente surge primeiro que o conhecimento científico. Um exemplo disso é a questão da dor de cabeça no homem, primeiro desenvolveu-se o método de tratamento e apenas depois descobriu-se a razão que explicaria a eficácia de tal tratamento.

É importante ressaltar que a tecnologia e ciência se correlacionam porém podem existir algumas divergências. A teoria (ciência) nem sempre se relacionará perfeitamente com a pratica (técnica), uma vez que na realidade poderão existir mais variáveis a se considerar que passaram despercebidas pela teoria. Um outro aspecto é que a tecnologia necessita de utilidade (aplicação) que precisa ser conveniente o seu uso. Por exemplo, de que adiantaria desenvolver uma tecnologia no qual o seu uso ou construção dependeria de um material totalmente escasso ou limitado (o qual acabaria rapidamente), resultando posteriormente numa falta desse material que deixaria essa tecnologia totalmente ineficaz pela incapacidade do seu uso. O mesmo já não acontece com a ciência.

A tecnologia atua junto com a ciência no intuito de melhorar a condição de vida humana, deixando-a mais simples assim pode-se dizer, mais há algumas implicações. Implicações tais inerentes ao uso dessa tecnologia. Um exemplo é a tecnologia nuclear que pode ser usada tanto como fonte de energia e como arma de destruição em massa. Existe por tanto uma responsabilidade ao uso da tecnologia e pode-se dizer o mesmo da ciência. Assim o uso da tecnologia envolve questões morais e éticas que devem ser cuidadosamente analisadas, sem mencionar os impactos sociais resultantes relacionados.

O conhecimento tecnológico então é determinado pelo seu bom uso e da maneira tal de como ele irá ajudar o homem a desempenhar determinada tarefa. No futuro a tecnologia poderá ajudar o homem a desempenhar trabalhos mecânicos, automatizando-os de maneira geral e caberia ao homem apenas os trabalhos envolvendo criatividade e raciocínio. Com isso ambas as espécies de trabalho se tornariam mais produtivas, especialmente os trabalhos ligados à criatividade e ao raciocínio, obtendo mais resultados, facilitando assim a vida do homem.

Por Cibele Alves da Silva Reis

A aula magna do Mestrado em Computação aplicada, que ocorreu na quinta-feira 22/04/2010, teve como tema “O mestrado profissional no contexto do desenvolvimento tecnológico e inovação”, sendo seu palestrante o professor Silvio Meira. A palestra teve início com as palavras do professor Celso Kaestner agradecendo a participação de todos no projeto de abertura do mestrado, agradecendo também a participação do palestrante na aula inaugural, que neste momento foi apresentado. Após os agradecimentos e a apresentação, a professora Denise Buiar parabenizou os esforços para que o projeto do Mestrado em Computação Aplicada pudesse se tornar realidade. Sendo assim, Silvio Meira começou a fazer uso da palavra.

Silvio, apesar de possuir graduação em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco e doutorado em Ciência da Computação pela University of Kent at Canterbury, se mostrou uma pessoa humilde, dizendo algumas vezes não se reconhece como o homem que passou por tudo isso por não olhar muito para o passado, uma vez que este não move o presente nem o futuro. O futuro é feito dos planos do presente, ou seja, o amanhã depende de como o hoje for encaminhado. Dito isso, o palestrante esboçou as três culturas da humanidade: a ciência que busca a verdade; as artes e humanidades que são guiadas pela estética; e a técnica que é o domínio da possibilidade.

Segundo ele, a humanidade é necessariamente técnica: “Se dá para fazer, então faremos”. A preocupação é a utilidade do que se produz, e não o funcionamento do mesmo. Se o funcionamento é descoberto, fez-se ciência e não mais tecnologia.

Na tecnologia não há ética, moral, nem filosofia, Silvio defende a mesma com a seguinte analogia: “A faca que faz o sushi é a mesma que mata”. Logo os princípios éticos, morais e filosóficos são feitos pelo homem.

Atualmente a tecnologia é a essência do dia-a-dia, o universo se abre com ela. Silvio disse que daqui a algum tempo não haverá mais atendentes de call centers, nem motoristas de ônibus. Haverá atendimento automatizado para que essas pessoas possam utilizar seus verdadeiros talentos para produzir algo. Um problema para o avanço tecnológico no Brasil é a falta de incentivo nas pesquisas, mas com o tempo isso deve (entenda-se necessita) mudar. Sendo assim Silvio encerra a palestra enfatizando que o importante de uma pós-graduação não é tanto o trabalho que nela é gerado, e sim o “aprender a aprender” do aluno. O difícil é formular perguntas, gerar dúvidas, após o surgimento das perguntas, as respostas passam a ser mais óbvias.

Por Lucas Teixeira de Godoi

Silvio Meira começa sua palestra dizendo o que pensa sobre passado, presente e futuro. Ele diz que devemos pensar no futuro, pois o passado, história, só nos dá crédito para errar.

Meira continua sua palestra e cita Lévy, falando sobre suas três virtualizações: contrato, técnica e a linguagem.

Logo após falar sobre as virtualizações, Meira cita as três culturas existentes no mundo:

  1. Cultura da ciência → é a cultura que busca a verdade.
  2. Artes e humanidades → é a cultura guiada pela estética.
  3. Técnicas ou tecnologia → é a cultura que busca as possibilidades.

Ele segue falando sobre tecnologia, e dá uma definição de que: “tecnologia é o domínio das possibilidades e da responsabilidade.” Também dá uma breve explicação sobre a diferença entre a ciência e a tecnologia.

Meira segue sua palestra falando na importância de se aprender a resolver problemas reais, do mundo real, e não só problemas propostos na academia (em geral fictícios). Também diz que temos que buscar a tecnologia para a inovação, sendo inovação definida como “a mudança de agentes no mercado”. Diz que a tecnologia tem a direção de libertar as pessoas para pensar, pois como ele disse, “o trabalho é formular a pergunta, a resposta é trivial”.

Por Felipe Lisboa

O professor Silvio Meira a princípio comentou sobre a necessidade de pensarmos no futuro, pois não podemos nos basear nos atos do passado, temos que nos preocupar com os novos problemas. “O futuro vem do futuro”, errar é humano e de acordo com a história, nós temos “crédito pra errar, mas não o direito de errar”. O desenvolvimento da sociedade nos traz novos problemas os quais devem ser equacionados. Citou o exemplo organizacional nosso, comparando a comunicação dos golfinhos com a nossa sociedade: “eles se comunicam, mas não se organizam, diferentemente de nos”.

Em relação a ciência e tecnologia, Meira disse que a ciência busca a verdade enquanto a tecnologia, por não ser considerada uma verdade, passa a ser tratada como o domínio da possibilidade “Se for possível fazer, nós faremos”. Um exemplo de tecnologia e ciência que ele citou foi o ácido acetilsalicílico, o qual a princípio não se sabia o seu funcionamento, mas ele era utilizado como analgésico e durante anos as pessoas não sabiam o porque mas sabiam que solucionavam esses problemas. Apenas depois de um estudo aplicado foi descoberto que o seu funcionamento estava relacionado a inibição dos receptores de dor no cérebro. Após esse estudo a tecnologia passou a ser considerada como ciência.

A tecnologia foi descrita como o “dominio da possibilidade e da responsabilidade”, pois a possibilidade tem relação a poder, mas o seu uso depende de um uso consciente, “A tecnologia em si não tem ética nem lei”.

No encerramento da palestra, Meira ressalta que um dos principais objetivos do programa de mestrado está no processo de aprender a aprender.

Por Jorge Luiz dos Santos Ramos Junior

Após uma breve introdução feita por alguns professores da própria UTFPR, a palavra foi passada ao palestrante, que, apesar de ter mais de 200 artigos de sua autoria e mais de 100 teses de mestrado e doutorado sob sua supervisão, em um momento da palestra fez uma crítica ao sistema brasileiro, dizendo que são mais importantes poucos artigos de qualidade e grande relevância do que muitos que não fazem diferença nenhuma.

No começo da palestra ele elogiou a UTFPR como instituição de longa tradição. Após falar um pouco sobre história e como é importante "olhar para o futuro", disse que a história diz que só temos crédito para errar.

Após isso, tivemos explicações sobre a diferença entre ciência e tecnologia, sendo a conclusão que a ciência busca a verdade, e a tecnologia é o dominio das possibilidades.

A tecnologia por si mesma não tem ética nem moral, essas coisas partem das pessoas que estão por trás dela. Quando estamos trabalhando para um cliente, é importante procurar o problema, sem medo, sendo a tecnologia sem cliente pior do que a ciência ruim.

Após a palestra, o professor respondeu algumas perguntas de interessados. Uma palestra muito interessante e descontraída.

Por Vinicius Zaramella

A Aula Magna ocorrida no dia 22 de abril de 2010 inicialmente consistiu na apresentação do curso de mestrado profissional em computação aplicada, pelo Diretor do Campus Curitiba da UTFPR, Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho, que passou então a palavra para o professor Celso Kaestner. Este realçou a importância deste curso de Mestrado para a UTFPR. Após a apresentação convidaram Silvio Meira, professor e pesquisador de Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Silvio começou sua palestra frisando a importância de se olhar para o futuro. Segundo ele, planos fazem o futuro e não a história, e “o futuro vem do futuro”. “A História de uma pessoa só diz quantos créditos uma pessoa tem para errar, nada mais”.

Desenvolvendo mais o tema, ele chegou a uma citação de Levi que era, “técnica, fatos e linguagem são as raízes da humanidade” . Segundo Silvio Meira existem três tipos de cultura. A ciência, que busca a verdade sobre os fenómenos que ocorrem no universo. As artes e humanidades, as quais sao guiadas pela estética, e estão sempre em busca do belo. E a técnica, que é o domínio das possibilidades, ou a busca pelas mesmas.

A seguir ele passa a comparar a ciência com a tecnologia, em relação à aplicabilidade delas no mercado, ou no mundo, para resolver problemas reais. Segundo ele a tecnologia funciona da seguinte maneira: quem domina a tecnologia, sabe que ela funciona, sabe como utilizá-la, mas não sabe como ela funciona. A Ciência entra então para poder explicar, como aquela tecnologia funciona. Geralmente estudos acadêmicos, que entram no grupo da produção de ciência, produzem softwares que deixam a desejar quando aplicados em situações reais.

Ele pede que deixemos de criar novos problemas, “virtuais”, “fictícios”, para resolvê-los, em meio acadêmico, e ao invés disso, tentarmos olhar para o mundo lá fora, analisando os problemas que já existem na sociedade. Então tentar resolver esses problemas, que são reais. Segundo ele, “Tecnologia por Tecnologia, pode dar boas dissertações, mas não resolve problemas”. Ele diz também que formular a pergunta é a parte mais difícil de um problema, e que em meio acadêmico, muitas vezes os graduandos utilizam uma pergunta para a qual já sabem a resposta pois é um problema fictício.

Na concepção de Silvio Meira, a nossa tecnologia está muito atrasada em relação ao que era para estar. Muitos trabalhos serão informatizados nos próximos anos, como exemplo ele fez uma pergunta provocativa, “Quantas pessoas vocês acham que daqui a 50 anos estarão trabalhando em CallCenters?” Ele enfatiza então após o silêncio da platéia, “Nenhuma!”. Tentando mostrar que algumas áreas obviamente serão informatizadas, mas também argumenta que esta evolução não gera desemprego, pelo contrário, faz as pessoas irem para setores mais especializados, tendo uma evolução tecnologica mais rápida.

Finalizando a palestra Silvio Meira deixou quinze minutos para perguntas da platéia, onde surgiram três perguntas, que foram respondidas brevemente.

Por Matheus Rezende Oliveira