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O Sistema Braille

História do Braille

Antes da invenção do sistema de escrita Braille, foram realizadas várias tentativas de criar sistemas de escrita que pudessem ser lidos e escritos por cegos. Um dos mais importantes antecessores do Braille é o alfabeto com letras em alto relevo, adaptado pelo francês Valentin Hauy, que fundou a primeira escola para cegos da França, o Instituto Real dos Jovens Cegos.

Louis Braille (1809 - 1852), jovem cego francês, criador do alfabeto Braille, inspirou-se num sistema chamado "sonografia" ou "código militar", desenvolvido por Charles Barbier. Apesar de este ter tido pouco êxito na implantação de seu sistema de comunicação militar, ofereceu as bases para a criação de Braille – o sistema de Barbier representava sílabas da língua francesa com doze sinais compostos de linhas e pontos. O alto escalão do exército, na ocasião, considerou o modelo de Barbier demasiado complexo e difícil de ser ensinado aos soldados. Braille, então, inspirou-se o modelo de Barbier na invenção de sua própria sistemática de códigos.

Em 1829, publicou o primeiro manual onde o novo código que haveria de ficar para sempre com o seu nome aparecia sistematizado, mas existem alguns documentos que provam que o jovem Louis já utilizava este alfabeto há pelo menos cinco anos. Nesta sua primeira versão do alfabeto Braille, o sistema estava praticamente definido - seis pontos em duas filas verticais de três pontos cada, num total de 63 sinais - mas havia algumas combinações com traços que desapareceram oito anos depois, quando publicou a segunda versão da obra. Este alfabeto, de 1837, permaneceu praticamente inalterado até hoje.

Braille também criou o Sistema Braille aplicado à matemática, que foi proposto pelo próprio Louis Braille, também em 1837. Foram apresentados os símbolos fundamentais para representação de algarismos, bem como as convenções para a aritmética e para a geometria. Em 1878, decidiu-se adotar o sistema Braille como forma padronizada, para uso na literatura.Fonte: Instituto Benjamin Constant – O Sistema Braille no Brasil

No Brasil

O Sistema Braille foi adotado no Brasil a partir de 1854, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos. O sistema foi utilizado em nosso país, na sua forma original, até a década de 40 do século XX. Por forma original, entende-se a versão inicial do código, tal como idealizado para as necessidades da língua francesa, já que Louis Braille era francês. Felizmente, o compartilhamento do alfabeto romano entre o português e o francês facilitou em muito a adoção inicial do Braille no Brasil.

A reforma ortográfica da Língua Portuguesa ocorrida à época, entretanto, impôs algumas modificações no Braille aqui utilizado.

Pela inexistência de uma padronização bem instituída, as alterações no Sistema Braille deram-se pelas mãos de professores e de instituições ligadas à educação de cegos e à produção de livros em Braille, que procuraram manter o sistema atualizado até a última década do século XX.

Na atualidade, a última grande conquista na direção da regulamentação do sistema Braille no Brasil veio com a publicação da ‘Grafia Braille para a Língua Portuguesa’, pelo Ministério da Educação, que contribuirá significativamente para a unificação da grafia braille nos países de língua portuguesa, conforme recomendação da União Mundial de Cegos (UMC) e UNESCO. Trata-se de um documento que delineia amplamente as normas a serem observadas na utilização do Braille. Por isso mesmo é, também, um documento de consulta, destinado especialmente a professores, transcritores, revisores e usuários do Sistema Braille.

Esse documento é resultado de um trabalho desenvolvido conjuntamente pelas Comissões de Braille do Brasil e de Portugal desde 1996, conforme regulamentado pelo Protocolo de Colaboração Brasil/Portugal nas Áreas de Uso e Modalidades de Aplicação do Sistema Braille, firmado em Lisboa no dia 25 de maio de 2000.

O que é o Sistema Braille?

O Braille é um alfabeto tátil usado para comunicação escrita destinado a deficientes visuais. Seus caracteres são formados por matrizes de pontos em alto relevo, cada qual com dois pontos de largura e três de altura fonte: CNIB (Instituto Canadense dos Cegos) (muito embora, recentemente, tenham surgido padrões em que o número de pontos possíveis é aumentado para oito). O tato é, portanto, o fator decisivo na capacidade de utilização do braille. Cada caractere do alfabeto é denominado "cela Braille" ou "célula Braille".

Para facilitar a identificação dos pontos que compõem uma cela Braille e estabelecer seus padrões, os pontos são numerados de acordo com suas posições. De cima para baixo, numeram-se os pontos da primeira coluna da matriz, respectivamente, com 1, 2, 3. Os da segunda coluna, também de cima para baixo, são, respectivamente, 4, 5 e 6. Representa-se a célula Braille pela seqüência, em ordem crescente, dos pontos em alto relevo.

Para o Braille de seis pontos, portanto, temos 63 combinações possíveis de pontos para formar células Braille. Na versão em voga no Brasil, as 26 letras usam 26 símbolos, outros dez símbolos são reservados para os sinais de pontuação de padrão internacional. As combinações restantes são destinadas às letras acentuadas e abreviaturas (podendo uma só célula Braille representar um par de letras).

O sistema Braille é empregado por extenso, isto é, escrevendo-se a palavra, letra por letra, ou de forma abreviada, adotando-se códigos especiais de abreviaturas para cada língua ou grupo lingüístico. O braille mais simples é denominado grau 1, usado predominantemente por usuários iniciantes, já que a representação de todas as palavras por extenso exige maior uso de caracteres, demandando maior tempo de leitura e maior espaço na impressão. O Braille de grau 2 é uma forma abreviada do Braille, empregada para representar sucintamente as conjunções, preposições, pronomes, prefixos, sufixos, grupos de letras que são comumente encontradas nas palavras de uso corrente. A principal razão de seu emprego é reduzir o volume das impressões em braille e permitir o maior rendimento na leitura e na escrita. Uma série de abreviaturas ainda mais complexas forma o grau 3, que necessita de um conhecimento profundo da língua, uma boa memória e uma sensibilidade tátil muito desenvolvida por parte do leitor cego. Somente uma minoria dos usuários do Braille é capaz de entender perfeitamente esse grau, que é mais voltado para uso pessoal e cotidiano, aumentando a eficiência da escrita e leitura. O grau 2 é o padrão usado para a grande maioria das publicações em braille, especialmente livros.

O Braille, atualmente, é difundido por inúmeros países ao redor do globo. Há mais de 150 anos que o Braille é o meio usado por excelência pelos cegos para a leitura e escrita.

A importância do Braille verifica-se pelo seu uso na atualidade, tendo sobrevivido ao advento de tecnologias que poderiam, potencialmente, substituir o Braille. De fato, nos anos sessenta e setenta, houve a popularização dos sistemas de áudio através das fitas cassete, econômica e tecnicamente acessíveis à população em geral. Verificou-se uma tendência para o abandono do Braille, ainda naquela época dependente de gráficas especializadas, que centralizavam a impressão, e carente, por outro lado, de produtos que significassem maior independência do deficiente visual no processo de escrita em Braille.

No entanto, com o desenvolvimento de novas técnicas, da eletrônica e da informática, nas décadas seguintes, houve um aumento significativo do Braille. Isto foi devido ao aparecimento dos computadores, das impressoras e linhas Braille, bem como de programas de transcrição da grafia normal para a grafia Braille.

Alfabeto Braille

O Instituto Benjamin Constant apresenta um sistema de conversão dos caracteres portugueses para células Braille. O sistema internacional é basicamente o mesmo, mas com os caracteres para "k", "y" e "w" e sem os caracteres com diacríticos e o "ç".

Alguns caracteres são representados por duas ou mais células Braille. Por exemplo, o caractere "‰" (por mil) é representado por três células: 456 356 356, e os algarismos são expressos por celas iguais às das dez primeiras letras do alfabeto, sendo diferenciadas pela precedência de um símbolo especial indicador de numeral, a saber, 3456 Instituto Benjamin Constant – A Nova Grafia Braille.

Também há símbolos para outros caracteres, como sinais de acentuação, sinais matemáticos, sinais de moedas, entre outros. Uma tabela completa pode ser visualizada na página do instituto Benjamin Constant.

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