Qualificação Equipe 6 2010b

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Edição atual tal como 15h19min de 20 de outubro de 2010

MATRIZ DE LEDS PARA USO EM PESQUISA COM MICROORGANISMOS, NA ÁREA DE TERAPIA FOTODINÂMICA (PDT)


Resumo

Este projeto tem como objetivo final produzir uma placa de circuito eletrônico a ser usada como fonte luminosa, em experimentos de terapia fotodinâmica (PDT). A solução escolhida foi o LED (light emiting diode), visto que é extremamente barato, além de ser de fácil manuseio e instalação, se comparado com alternativas como lasers ou similares. Todo o equipamento a ser produzido tem a finalidade de facilitar as pesquisas em laboratório. Para tanto, é previsto um sistema temporizador automatizado, além de controle de potência. O utilizador não necessitará de conhecimentos avançados de eletrônica para manusear o aparelho, pois os ajustes de tempo e potência poderão ser feitos através de botões, ou semelhantes. Este texto discute os principais tópicos relacionados ao PDT, e ao referido equipamento de iluminação.

Palavras-chave: Terapia fotodinâmica. Fotossensibilizadores. LED. PDT.

Abstract

With this project, we aim to produce a circuit board as a light source, to be used in photodynamic therapy's (PDT)experiments. The choice for the lighting unit is the LED (Light Emitting Diode), since, when compared to alternatives such as lasers or similar, it is extremely cheap, easy to handle and install. All equipment to be produced is intended to facilitate laboratory researches. Thus, it will be provided an automated timer system and the power control, there will be no need of advanced knowledge of electronics to operate the machine, due to the fact that the time and power adjustments can be made by using buttons, or similar. This paper discusses the main topics related to PDT and the said illumination equipment.

Keywords: Photodynamic Therapy. Photosensitizers. LED. PDT.


Tabela de conteúdo

INTRODUÇÃO

Várias técnicas atualmente usadas no combate a doenças têm se mostrado, em muitos casos, ineficazes. Isto principalmente em razão do surgimento de bactérias resistentes a antibióticos, e também do crescente número de casos de câncer e tumores. Estes problemas trazem a necessidade de novos tipos de tratamento, que devem ser eficazes em eliminar as células prejudiciais ao organismo, sem prejudicar demasiadamente as benéficas.

Uma alternativa, que em estudos tem se mostrado viável, é a terapia foto dinâmica (cuja sigla em inglês é PDT). Ela consiste basicamente na associação de um produto químico fotossintetizante e luz. Aquele, em contato com raios luminosos de comprimento de onda específico, sofre um processo chamado de fotoativação. Com a ativação, é produzida uma espécie de oxigênio altamente reativa, denominada singlet, além de radicais livres. Estes, por sua vez, oxidam proteínas, lipídios e outros componentes de células próximas, eliminando-as. Utilizando-se os métodos certos, é capaz de destruir células provocadoras de doenças.

Numerosas pesquisas produzidas in vitro, no mundo inteiro, incluindo o Brasil, o PDT demonstrou ser altamente efetivo na destruição de fungos, bactérias, protozoários, vírus, e até células cancerígenas. É uma alternativa eficiente e de baixo custo a tratamentos em diversas áreas da medicina. Em muitos casos é mais eficiente que métodos convencionais, que podem prejudicar células sadias. O PDT não apresenta os efeitos da seleção de bactérias resistentes, ao contrário do que acontece com antibióticos, visto que tem um poder de eliminação muito maior. Isto evita o demasiado uso de drogas, que podem ser prejudiciais à saúde do paciente.

O fotossintetizante Rosa de Bengala, sobre o qual o foco do projeto estará mais voltado, é ativado pela exposição à luz verde, de comprimento de onda especifico (lambda verde = 534 nm). Será produzida uma matriz de LEDs, cuja luz deve possuir o comprimento de onda citado.

Histórico

A terapia originou-se no século XX, em 1990 Munique, quando o estudante de medicina, Oscar Raab, orientado pelo professor Herman Von Tappeiner, observou os efeitos decorrentes da fotossensibilização em paramécio utilizando corante acridina em suas experiências, constatou que o protozoário morria entre 60 a 100 minutos. Em 1903, Von Tappeiner denominou estes efeitos de “reação fotodinâmica”; junto a ele, Jesionek, na mesma época, conduziram os primeiros testes clínicos no tratamento de tumores em humanos empregando eosina como fotossensibilizador(MACHADO, 2000, p. 237-243).

Em 1924, Policard, observou que porfirinas podiam ser encontradas em elevadas concentrações em tumores malignos. Essas porfirinas são completamente atóxicas, mas na presença de luz visível e oxigênio elas se tornam altamente tóxicas ao tecido celular.

Estas pesquisas foram realizadas antes mesmo da segunda guerra mundial, devido o surgimento de novas drogas á sulfonamidas e da penicilina, e embora os resultados das pesquisas fossem bastante positivos, esses trabalhos não tiveram continuidade. A partir disto, a indústria farmacêutica concentrou-se cada vez mais em produzir mais drogas visando obter lucro e lucros, quando surgiam novas doenças, devidos várias mutações, surgiam em paralelo novas drogas pra combater o mesmo, e se não surtiam mais efeitos sobre estas, novos remédios eram lançado, assim sucessivamente. Como os remédios têm o poder acumulativo em nosso organismo, novos estudos obtidos comprovou que isto prejudica muito o organismos que esta fazendo tratamento, ocasionando até a morte do individuo.

No final dos anos 60, Lipson relatou um tratamento bem sucedido de câncer de seio empregando derivados de hematoporfirina (HpD) e irradiação seletiva do tumor com luz visível.

Em 1976, Weishaupt postulou que o oxigênio singlet (1O2), gerado na PDT, era o agente citotóxico responsável pela destruição das células tumorais. E só no fim dos anos 70, a partir dos brilhantes trabalhos de Thomas Dougherty e de seus colaboradores, a PDT passou a ser reconhecida como uma alternativa para o tratamento do câncer, tendo sido empregada com sucesso no tratamento de vários tipos de tumores e de outras patologias. Tornando-se viável, devido seu baixo custo comparado com tratamentos convencionais como: quimioterapia e radioterapia.


APARATOS DE PESQUISA

Muitas pesquisas em laboratório envolvendo PDT requerem apenas aparatos básicos, como uma matriz de tubos de teste, agentes fotossensibilizadores, microorganismos e uma fonte de iluminação. Apesar dos itens parecerem simples, o último equipamento citado, a fonte de luz, tem trazido muita dificuldade aos pesquisadores. Isso em razão do foco da maioria deles estar longe da área da eletrônica. Com isso, gastam-se tempo e energia desnecessários para preparar os equipamentos. Abaixo, serão explicados com maiores detalhes cada aparato:

Agentes fotossensibilizadores

Estes agentes químicos, ao absorverem certo comprimento de onda de luz, sofrem um processo químico de fotoativação. Este processo produz uma espécie altamente reativa de oxigênio, denominada singlet. Este composto, por sua vez, oxida células próximas, que na maioria dos casos não sobrevivem.

Os principais agentes utilizados em pesquisas, por serem relativamente simples, baratos e eficazes são dois compostos, usualmente chamados de Azul de Metileno e Rosa de Bengala. Cada composto específico absorve melhor certos comprimentos de onda, como demonstrado nas figuras 1 e 2. Em termos mais práticos, a cor da luz utilizada deve ser compatível com o reagente, para que este seja ativado em maior grau. No caso do Azul de Metileno, a cor preferível de luz é a vermelha, e no outro composto citado, verde.

Figura – Absorção luminosa do Azul de Metileno. Fonte: OPTICAL (2010)

Figura – Absorção luminosa da Rosa de Bengala. Fonte: Paulino (2005)

Matriz de tubos de teste

A matriz é basicamente um agrupamento de tubos experimentais, de forma que preenchem um retângulo, como demonstrado na Figura – . As séries de experimentos são realizadas nos tubos, sendo que eles podem conter soluções diferentes entre si.

Placa de LEDs

Para a iluminação das amostras preparadas na matriz de tubos, o meio mais eficiente encontrado envolve o uso de LEDs, posicionados de acordo com o centro de cada tubo.

A idéia principal do projeto é facilitar a parte do uso do equipamento de iluminação, ao produzirmos basicamente uma placa com esses dispositivos. Ela deve se encaixar em uma matriz de tubos experimentais, parecida com a da Figura – . Cada LED deve ficar posicionado exatamente no centro de cada tubo, garantindo uma iluminação uniforme às amostras.

O utilizador deve ser capaz de operar sozinho o aparelho, mesmo sem nenhum conhecimento técnico em eletrônica. Deve-se simplesmente ligá-lo na tomada, escolher o tempo de iluminação desejado, e os LEDs então devem ficar acesos durante esse tempo. Outro ponto a considerar é a possibilidade de controle de potência de iluminação, a partir do próprio aparato.


PROJETO

Disposição dos LEDs

Cada LED deve estar posicionado com certo espaçamento entre os outros, seguindo um modelo de acordo com uma matriz de tubos, que está atualmente sendo utilizado nos laboratórios (Figura ):

Figura – Tampa da matriz de tubos atualmente utilizada. Os LEDs devem ser posicionados no centro de cada círculo. No caso deste modelo (Figura 4), o espaçamento entre eles deve ser de 2 cm.

Circuito temporizador

Um dos focos do projeto é dar ao utilizador a capacidade de controlar o tempo de iluminação, de maneira automatizada.

No tópico a seguir, serão explicitadas algumas opções disponíveis para alcançar este objetivo.

Circuito integrado (CI) 555

A principal solução pensada, até agora, para o controle do tempo de iluminação, é baseada no Circuito Integrado (CI) 555. Esta escolha foi feita em razão de existirem várias soluções desse tipo disponíveis na internet, e também pelo fato desse CI ser muito barato (custa apenas alguns centavos).

O circuito encontrado que se mostrou mais relevante ao nosso trabalho foi o seguinte (Figura ):

Figura – Temporizador com o CI 555. Fonte: http://www.electronica-pt.com/index.php/content/view/129

Este circuito funciona em estado monoestável, o que em termos simples significa que o relé é ativado por certo tempo, e depois desliga. Este relé, nesse circuito, funciona como um interruptor, ou seja, quando ativo permite a passagem de corrente, e quando inativo não. O tempo em que ele permanece acionado pode ser calculado pela expressão: T = 1.1 C1 x R1. Isto significa que ao se variar a resistência de R1, pode-se controlar o tempo de ação.

Para um usuário comum, após o equipamento estar montado, variar o tempo de iluminação será um processo bem simples, bastando girar o botão de um potenciômetro (resistor variável).

Microcontrolador

A principal vantagem do uso de um microcontrolador é a maior precisão na contagem do tempo. A implementação desse tipo de circuito é de maior complexidade do que o 555 (tópico anterior), visto que se torna necessária a programação deste. Os custos também são mais elevados.

Pouco foi pesquisado sobre esta opção, visto que o foco do trabalho atualmente se encontra mais na que foi apresentada no tópico anterior.

Controle de potência

Outro ponto importante a considerar no projeto é a capacidade de controlar a potência desejada dos LEDs. Uma solução viável a isso seria o controle direto da corrente de entrada, visto que a potência elétrica depende desta e da voltagem.

Outra opção é o controle por PWM (Pulse width modulation), que teoricamente pode ser implementado utilizando-se o próprio CI 555 (citado na seção Circuito integrado (CI) 555).


CONCLUSÃO

O principal foco do projeto é a criação do dispositivo de LEDs, discutido neste texto, que simplifique o trabalho em laboratório. Os pesquisadores não devem gastar tempo, ou disposição, sem necessidade, no que envolver o aparato de iluminação de experimentos em PDT.


REFERÊNCIAS

BAGNATO, V. S. et al. PDT experience in Brazil: A regional profile. Photodiagnosis and Photodynamic Therapy, 22 June 2005. 107—118.

KAGEL, H. In-vitro analysis of the influence of the photosensitizer Methylin Blue and metallic nanoparticles on S.Aureus growth in the non-oncological photodynamic therapy. Master's Thesis, 23 July 2010.

MACHADO, A. E. D. H. Terapia fotodinâmica: princípios, potencial de aplicação e perspectivas. Terapia fotodinâmica: princípios, potencial de aplicação e perspectivas, 08 Julho 1999.

MANG, T. S. Dosimetric concepts for PDT. Photodiagnosis and Photodynamic Therapy, n. 5, 26 October 2008. 217-223.

OPTICAL Absorption of Methylene Blue. Oregon Medical Laser Center. Disponivel em: <http://omlc.ogi.edu/spectra/mb/index.html>. Acesso em: 13 Setembro 2010.

PAULINO, T. P. et al. Use of Visible Light-based Photodynamic Therapy to Bacterial Photoinactivation. Biochemistry and Molecular Biology Education, 33, n. 1, 2005. 46-49.

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