BillFontouraHossaka2008Projeto

De Wiki DAINF
(Diferença entre revisões)
m (Proposta)
Linha 75: Linha 75:
 
Em 2003, os estudantes Magner Steffens, Lucas Marcon Trichez, Marcos Aurélio Cabral e Gerson Luis Nunes, do Centro de Tecnologia em Automação e Informática do Senai de Santa Catarina, desenvolveram uma impressora barata de Braille de fabricação nacional. A impressora deverá chegar ao mercado com um preço de aproximadamente 3000 reais.
 
Em 2003, os estudantes Magner Steffens, Lucas Marcon Trichez, Marcos Aurélio Cabral e Gerson Luis Nunes, do Centro de Tecnologia em Automação e Informática do Senai de Santa Catarina, desenvolveram uma impressora barata de Braille de fabricação nacional. A impressora deverá chegar ao mercado com um preço de aproximadamente 3000 reais.
  
== Proposta ==
+
== Projeto ==
 
Em razão do elevado custo desses equipamentos, inclusive os produtos das iniciativas dos bancos universitários, nossa proposta é desenvolver uma impressora simples e de baixo custo.  
 
Em razão do elevado custo desses equipamentos, inclusive os produtos das iniciativas dos bancos universitários, nossa proposta é desenvolver uma impressora simples e de baixo custo.  
  

Edição de 00h03min de 9 de setembro de 2008

Tabela de conteúdo

O Sistema Braille

História do Braille

Antes da invenção do sistema de escrita Braille, foram realizadas várias tentativas de criar sistemas de escrita que pudessem ser lidos e escritos por cegos. Um dos mais importantes antecessores do Braille é o alfabeto com letras em alto relevo, adaptado pelo francês Valentin Hauy, que fundou a primeira escola para cegos da França, o Instituto Real dos Jovens Cegos.

Louis Braille (1809 - 1852), jovem cego francês, criador do alfabeto Braille, inspirou-se num sistema chamado "sonografia" ou "código militar", desenvolvido por Charles Barbier. Apesar de este ter tido pouco êxito na implantação de seu sistema de comunicação militar, ofereceu as bases para a criação de Braille – o sistema de Barbier representava sílabas da língua francesa com doze sinais compostos de linhas e pontos. O alto escalão do exército, na ocasião, considerou o modelo de Barbier demasiado complexo e difícil de ser ensinado aos soldados. Braille, então, inspirou-se o modelo de Barbier na invenção de sua própria sistemática de códigos.

Em 1829, publicou o primeiro manual onde o novo código que haveria de ficar para sempre com o seu nome aparecia sistematizado, mas existem alguns documentos que provam que o jovem Louis já utilizava este alfabeto há pelo menos cinco anos. Nesta sua primeira versão do alfabeto Braille, o sistema estava praticamente definido - seis pontos em duas filas verticais de três pontos cada, num total de 63 sinais - mas havia algumas combinações com traços que desapareceram oito anos depois, quando publicou a segunda versão da obra. Este alfabeto, de 1837, permaneceu praticamente inalterado até hoje.

Braille também criou o Sistema Braille aplicado à matemática, que foi proposto pelo próprio Louis Braille, também em 1837. Foram apresentados os símbolos fundamentais para representação de algarismos, bem como as convenções para a aritmética e para a geometria. Em 1878, decidiu-se adotar o sistema Braille como forma padronizada, para uso na literatura.Fonte: Instituto Benjamin Constant – O Sistema Braille no Brasil

No Brasil

O Sistema Braille foi adotado no Brasil a partir de 1854, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos. O sistema foi utilizado em nosso país, na sua forma original, até a década de 40 do século XX. Por forma original, entende-se a versão inicial do código, tal como idealizado para as necessidades da língua francesa, já que Louis Braille era francês. Felizmente, o compartilhamento do alfabeto romano entre o português e o francês facilitou em muito a adoção inicial do Braille no Brasil.

A reforma ortográfica da Língua Portuguesa ocorrida à época, entretanto, impôs algumas modificações no Braille aqui utilizado.

Pela inexistência de uma padronização bem instituída, as alterações no Sistema Braille deram-se pelas mãos de professores e de instituições ligadas à educação de cegos e à produção de livros em Braille, que procuraram manter o sistema atualizado até a última década do século XX.

Na atualidade, a última grande conquista na direção da regulamentação do sistema Braille no Brasil veio com a publicação da "Grafia Braille para a Língua Portuguesa", pelo Ministério da Educação, que contribuirá significativamente para a unificação da grafia braille nos países de língua portuguesa, conforme recomendação da União Mundial de Cegos (UMC) e UNESCO. Trata-se de um documento que delineia amplamente as normas a serem observadas na utilização do Braille. Por isso mesmo é, também, um documento de consulta, destinado especialmente a professores, transcritores, revisores e usuários do Sistema Braille.

Esse documento é resultado de um trabalho desenvolvido conjuntamente pelas Comissões de Braille do Brasil e de Portugal desde 1996, conforme regulamentado pelo Protocolo de Colaboração Brasil/Portugal nas Áreas de Uso e Modalidades de Aplicação do Sistema Braille, firmado em Lisboa no dia 25 de maio de 2000.

Definição

O Braille é um alfabeto tátil usado para comunicação escrita destinado a deficientes visuais. Seus caracteres são formados por matrizes de pontos em alto relevo, cada qual com dois pontos de largura e três de altura fonte: CNIB (Instituto Canadense dos Cegos) (muito embora, recentemente, tenham surgido padrões em que o número de pontos possíveis é aumentado para oito). O tato é, portanto, o fator decisivo na capacidade de utilização do braille. Cada caractere do alfabeto é denominado "cela Braille" ou "célula Braille".

Para facilitar a identificação dos pontos que compõem uma cela Braille e estabelecer seus padrões, os pontos são numerados de acordo com suas posições. De cima para baixo, numeram-se os pontos da primeira coluna da matriz, respectivamente, com 1, 2, 3. Os da segunda coluna, também de cima para baixo, são, respectivamente, 4, 5 e 6. Representa-se a célula Braille pela seqüência, em ordem crescente, dos pontos em alto relevo.

Para o Braille de seis pontos, portanto, temos 63 combinações possíveis de pontos para formar células Braille. Na versão em voga no Brasil, as 26 letras usam 26 símbolos, outros dez símbolos são reservados para os sinais de pontuação de padrão internacional. As combinações restantes são destinadas às letras acentuadas e abreviaturas (podendo uma só célula Braille representar um par de letras).

O sistema Braille é empregado por extenso, isto é, escrevendo-se a palavra, letra por letra, ou de forma abreviada, adotando-se códigos especiais de abreviaturas para cada língua ou grupo lingüístico. O braille mais simples é denominado grau 1, usado predominantemente por usuários iniciantes, já que a representação de todas as palavras por extenso exige maior uso de caracteres, demandando maior tempo de leitura e maior espaço na impressão. O Braille de grau 2 é uma forma abreviada do Braille, empregada para representar sucintamente as conjunções, preposições, pronomes, prefixos, sufixos, grupos de letras que são comumente encontradas nas palavras de uso corrente. A principal razão de seu emprego é reduzir o volume das impressões em braille e permitir o maior rendimento na leitura e na escrita. Uma série de abreviaturas ainda mais complexas forma o grau 3, que necessita de um conhecimento profundo da língua, uma boa memória e uma sensibilidade tátil muito desenvolvida por parte do leitor cego. Somente uma minoria dos usuários do Braille é capaz de entender perfeitamente esse grau, que é mais voltado para uso pessoal e cotidiano, aumentando a eficiência da escrita e leitura. O grau 2 é o padrão usado para a grande maioria das publicações em braille, especialmente livros.

O Braille, atualmente, é difundido por inúmeros países ao redor do globo. Há mais de 150 anos que o Braille é o meio usado por excelência pelos cegos para a leitura e escrita.

A importância do Braille verifica-se pelo seu uso na atualidade, tendo sobrevivido ao advento de tecnologias que poderiam, potencialmente, substituir o Braille. De fato, nos anos sessenta e setenta, houve a popularização dos sistemas de áudio através das fitas cassete, econômica e tecnicamente acessíveis à população em geral. Verificou-se uma tendência para o abandono do Braille, ainda naquela época dependente de gráficas especializadas, que centralizavam a impressão, e carente, por outro lado, de produtos que significassem maior independência do deficiente visual no processo de escrita em Braille.

No entanto, com o desenvolvimento de novas técnicas, da eletrônica e da informática, nas décadas seguintes, houve um aumento significativo do Braille. Isto foi devido ao aparecimento dos computadores, das impressoras e linhas Braille, bem como de programas de transcrição da grafia normal para a grafia Braille.

Alfabeto Braille

O Instituto Benjamin Constant apresenta um sistema de conversão dos caracteres portugueses para células Braille. O sistema internacional é basicamente o mesmo, mas com os caracteres para "k", "y" e "w" e sem os caracteres com diacríticos e o "ç".

Alguns caracteres são representados por duas ou mais células Braille. Por exemplo, o caractere "‰" (por mil) é representado por três células: 456 356 356, e os algarismos são expressos por celas iguais às das dez primeiras letras do alfabeto, sendo diferenciadas pela precedência de um símbolo especial indicador de numeral, a saber, 3456 Instituto Benjamin Constant – A Nova Grafia Braille.

Também há símbolos para outros caracteres, como sinais de acentuação, sinais matemáticos, sinais de moedas, entre outros. Uma tabela completa pode ser visualizada na página do instituto Benjamin Constant.

Importância do Braille

O alfabeto Braille é especialmente importante por permitir maior autonomia e contato com a informação escrita para portadores de deficiência visual. Isso significa maior acesso do portador ao conhecimento, uma vez que muito ainda se deve a materiais escritos, como livros ou textos em geral, no que diz respeito à difusão da cultura.

Técnica de impressão

No passado, materiais escritos em Braille eram produzidos através de ferramentas rudimentares; o primeiro método conhecido consistia de uma tábua de ardósia para apoio usada em conjunto com uma espécie de ponteira. A tábua de ardósia era um mecanismo com uma dobradiça que se fechava sobre o papel: ela possuía orifícios na parte cima e pequenas reentrâncias na de baixo. A ponteira era um objeto semelhante a uma caneta com uma pequena ponta arredonda – semelhante às esferográficas de hoje. O papel a ser marcado era colocado entre as duas parte da tábua, e a ponteira era inserida pelos orifícios da tábua superior para atingir o papel e pressionar e marcar cada ponto, um por um. Esses orifícios asseguravam um espaçamento uniforme, e as reentrâncias impediam a perfuração do papel assim como a altura uniforme das marcas. O ‘escrivão’ que estivesse usando essa técnica deveria trabalhar da direita para esquerda, ou seja, ao contrário do sentido da escrita, a fim de que o Braille seja lido da esquerda pra direita, quando removido da tábua.

Outro instrumento bastante difundido e mais sofisticado, ainda usado nos dias de hoje, é uma máquina, semelhante a uma máquina de escrever mecânica, diferindo no fato de que possui apenas seis grandes teclas, além de uma barra de espaço. Essas seis teclas correspondem aos seis pontos, sendo que a correspondência é feita do centro para fora: as três primeiras teclas, acionadas pelos dedos da mão esquerda, têm numeração 3, 2, 1, relativo aos pontos da célula Braille. As outras três, usadas pelos dedos da mão direita, têm numeração 4, 5, 6. O papel é inserido como numa máquina de escrever, e então algumas das teclas são pressionadas simultaneamente, imprimindo uma letra.

Há cerca de 20 anos atrás, desenvolvedores de softwares começaram a produzir programas de computador que poderiam traduzir certos tipos de arquivos para Braille. Nesse início, esses programas simples eram os existentes voltados ao mundo do Braille, e custavam milhares de dólares; as máquinas de escrever em Braille tinham preços da ordem de dezenas ou até centenas de milhares de dólares. A era do computador reduziu o custo das reduções e transcrições para apenas algumas centenas de dólares.

O Braille, por ser impresso em alto relevo, necessita de papéis com resistência adequada para que as marcas sejam nítidas e possibilitem uma leitura eficiente. A gramatura do papel usado deve ser maior que a de um papel sulfite comum. Impressões em papéis semelhantes a papelão fino ou cartolina são encontradas em embalagens de produtos de empresas conscientes do consumidor deficiente visual.

Projetos relacionados

Teclado Braille

Em 6 de março de 2006, pesquisadores da UAB (Universidade Autônoma de Barcelona), em parceria com a ONCE (Organização Nacional dos Cegos Espanhóis), desenvolveram um projeto de teclado em Braille.

O teclado de Braille, diferentemente dos teclados até então utilizados por cegos, ou seja, teclados comuns cujas teclas apresentam relevo em Braille, apresenta um sistema diferente para a entrada de dados. No lugar das teclas para caracteres alfanuméricos, há oito teclas Braille, que são usados de acordo com um dos dois modos de entrada (corretivo e acumulativo), definido pelo usuário.

O projeto, iniciado em março de 2004, foi coordenado pelo pesquisador Jordi Roig, do Departamento de Microeletrônica e Sistemas Eletrônicos da UAB. Professores dos cursos de Engenharia e de Ciência de Computação da UAB participaram da pesquisa.

O grupo está atualmente trabalhando em outros projetos cujo público-alvo também são os portadores de deficiência visual, como conversores automáticos de páginas da internet não direcionadas para cegos e telas táteis que elevam a informação, para que ela possa ser sentida.

Impressoras Braille no mercado

Existem algumas impressoras de caracteres Braille para computadores. São vendidas a preços pouco acessíveis. As menores têm preços entre 1800 e 5000 dólares, as maiores entre 8000 e 10000 dólares. Em geral elas são mais barulhentas e lentas que as impressoras normais

Projetos de impressoras de Braille

Houve um projeto do Instituto Politécnico de Tomar (Portugal), do estudante Paulo José Marques da Silva, à época estudante do 3º ano do curso de engenharia eletrotécnica e de computadores (ramo de automação), para a construção de uma impressora de Braille de baixo custo, adaptando uma impressora de agulhas SEIKOSHA SP-1900. No decorrer do projeto, foram necessárias peças de uma impressora EPSON, mas o projeto foi completado com sucesso.

O projeto não focou a produção de uma impressora para cegos a baixo custo, mas sim a adaptação de uma impressora de baixo custo para impressão de caracteres Braille .

Em 2003, os estudantes Magner Steffens, Lucas Marcon Trichez, Marcos Aurélio Cabral e Gerson Luis Nunes, do Centro de Tecnologia em Automação e Informática do Senai de Santa Catarina, desenvolveram uma impressora barata de Braille de fabricação nacional. A impressora deverá chegar ao mercado com um preço de aproximadamente 3000 reais.

Projeto

Em razão do elevado custo desses equipamentos, inclusive os produtos das iniciativas dos bancos universitários, nossa proposta é desenvolver uma impressora simples e de baixo custo.

O projeto da impressora Braille consiste em um dispositivo responsável por realizar a marcação dos caracteres Braille. Esse processo, no entanto, não é simples. Ele é composto pela ação de três componentes, independentes, que operam em conjunto: o cabeçote de impressão, o trilho movido pelo motor de passo e os roletes do papel. O funcionamento dessas partes deve ocorrer sempre com a espera pela finalização do processo de outro componente. Ou seja, o motor de passo somente deve movimentar o cabeçote quando o cabeçote terminar a impressão de um caractere, e o rolete somente deve movimentar o papel quando o cabeçote atingir o término da linha.

O cabeçote é composto por um conjunto de três agulhas. Cada agulha é ativada separadamente por bobinas, como pequenos "pistões". Assim, para cada caractere o motor de passo deverá executar dois passos, um para a primeira coluna, e outro para a segunda. As agulhas, por sua vez, são componentes mecânicos do sistema. Cada agulha tem uma peça imantada, é presa a uma mola e envolta por um solenóide. Na parte superior, apresenta um contato elétrico. Quando induzir-se uma corrente na solenóide, o pino mover-se-á e deixará de haver contato elétrico. Com isso é possível que o software que controla esse hardware saiba quando o pino voltou a subir.

O motor de passo utilizado nesse projeto será adaptado do projeto de Oficina de Integração, dos alunos: Camila Ferreira de Lima, Renato Girardi Gasoto e Thomas von der Heyde. A precisão desse motor de passo está muito acima da necessária para a impressão Braille (que pede uma precisão milimétrica apenas). Embora isso retarde o processo de impressão, utilizaremo-nos desse componente em razão da interface simples de comunicação com o software de conversão dos caracteres Braille, explicado mais adiante.

Os roletes responsáveis por mover o papel, para que a impressora possa trabalhar sobre várias linhas, serão acoplados a outro servo-motor. A inclusão desses roletes no conjunto será realizada ao término do desenvolvimento do projeto, visando diminuir as dificuldades de temporização causadas pela espera de sinal entre os processos executados pelos componentes em separado, como fora acima citado.

Todo esse conjunto de dispositivos eletro-mecânico será acionado por um software. Esse software deverá, antes de mais nada, converter os caracteres Braille. Como cada caractere é composto por seis pontos, que só possuem dois estados, os caracteres serão modelados como objetos compostos por uma matriz de variáveis booleanas. Quando uma frase é digitada, o software decompõe cada caractere dessa frase (incluindo os espaços) em uma matriz linha de caracteres. Esses caracteres são enviados um a um como argumentos para a função responsável pela conversão.

Ferramentas pessoais